“O Concelho de homens boons” do Porto
“O Concelho de homens boons” da cidade do Porto pede auxílio a D. João I para repor as cobranças devidas à Bolsa dos Mercadores.
“O concelho do Porto representara a D. João I que, em tempo passado, houvera na cidade uma bolsa para pagamento das despesas com a armação de navios e acidentes ocorridos.” Depois da subida ao trono daquele monarca, deixara de se cobrar a percentagem respetiva. A edilidade, porém, reintroduzira-a havia pouco tempo, encontrando certa resistência por parte dos mercadores de fora da cidade. Vinha, assim, pedir ao rei que quisesse confirmar a postura municipal. D. João I ordenou que fosse convocada a assembleia camarária e se decidisse por maioria.
Assim se fez. A maioria confirmou a decisão dos vereadores e elegeu logo uma comissão de quatro membros, sendo dois fretadores de naus, um tesoureiro e um escrivão, para reorganizar a bolsa. Cobrar-se-iam dez libras por cada tonelada de mercadoria carregada no Porto e vinte libras por cada carregamento de tecidos chegado à cidade.
A história das bolsas marítimas entra, depois, em período de grande obscuridade. É de crer que a do Porto tivesse continuado a funcionar.
Fonte
“Os Seguros em Portugal, da Fundação à Modernidade”, Exposição Documental da Actividade Seguradora dos Séculos XIII a XIX, Galeria do Instituto de Seguros de Portugal (set. 2010)-pág. 16
https://www.asf.com.pt/isp/catalogo_digital/files/catalogo_exposicao.pdf
Legenda do documento
“O concelho de homens boons”, livros de vereação (1401-1411/Era de 1439/49) A-PUB/3
Imagem cedida pelo Arquivo Geral da C. M. do Porto