Cronologia do Seguro

De 1293 a 1998

  • 1293

    D. Dinis, por carta régia datada de 10 de maio de 1293, aprova uma Bolsa de Seguros (mutualismo) destinada a suportar os prejuízos resultantes do uso de navios no comércio marítimo
  • 1297

    “Confraria Leiga da Vila de Beja”
  • 1375-1380

    D. Fernando I “ordenou a Companhia das Naos”
  • 1397

    “O Concelho de homens boons” do Porto
  • 1402

    Acórdão do concelho do Porto decidindo a manutenção da Bolsa dos navios
  • 1444

    Carta régia mencionando a existência de uma Bolsa no concelho de Setúbal
  • 1459

    Alvará régio obrigando os estrangeiros a contribuir para a Bolsa Portuguesa de Bruges
  • 1483

    Confirmação, por D. João II, do compromisso ou estatutos da Irmandade dos Flamengos, que D. Afonso V havia oficialmente aprovado em 1472
  • 1520

    Bolsa de Seguros de Arzila
  • 1529

    Criação do Ofício de Escrivão dos Seguros e nomeação de Brás Eanes.
  • 1552

    “Tractatus de Assecurationibus et Sponsionibus Mercatorum” de Pedro de Santarém
  • 1573

    Lavrado o primeiro documento de um seguro feito em Lisboa, sobre a perda de uma nau veneziana (Lisboa - Livorno)
  • 1578

    Criação do ofício de Corretor de Seguros e nomeação de Gaspar de Faria
  • 1578-1580

    A morte de D. Sebastião e o domínio filipino
  • 1592

    Criação do Tribunal do Consulado, superintendendo sobre os seguros e as cobranças de direitos na sua execução
  • 1640

    A Restauração de Portugal
  • 1755

    Destruição da Casa dos Seguros no Terramoto de Lisboa
  • 1757

    D. José I limita a 5% ao ano as taxas de juro do “câmbio marítimo ou dar dinheiro a risco”
  • 1758

    José Vienni e a proposta da nova Casa dos Seguros
  • 1770

    A mais antiga apólice de seguro portuguesa conhecida
  • 1791

    D. Maria I oficializa o Regulamento da Casa dos Seguros de Lisboa, possibilitando a criação de companhias
  • 1791-1808

    Constituem-se diversas Companhias de Seguros
  • 1810

    Reconhecimento da legitimidade do “Câmbio Marítimo”
  • 1820

    Novo Regulamento da Casa dos Seguros de Lisboa
  • 1833

    Código Comercial Português de José Ferreira Borges
  • 1834

    Início da atividade do Tribunal do Comércio
  • 1837

    Regulamento das Praças Comerciais do Reino e da Corporação dos Corretores
  • 1852

    Criação do “Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria”
  • 1867

    Código Civil do Visconde de Seabra
  • 1888

    Código Comercial de Veiga Beirão
  • 1907

    Decreto do Governo criando as bases para o exercício da atividade seguradora
  • 1910

    Implantação da República em Portugal
  • 1913

    Primeira lei de Acidentes de Trabalho em Portugal
  • 1914-18

    Mercado favorável à criação de Companhias de Seguros, autorizadas a cobrir o risco de guerra no ramo marítimo
  • 1919

    Obrigatoriedade do seguro “contra os desastres no trabalho”, por conta de outrém
  • 1929

    Criação da Inspeção de Seguros
  • 1932

    António Oliveira Salazar é nomeado Presidente do Conselho Ministros
  • 1934

    Criação do Grémio dos Seguradores
  • 1934

    Primeiro Sindicato dos Trabalhadores de Seguros
  • 1936

    Primeiro Contrato Coletivo de Trabalho para a Indústria Seguradora
  • 1939

    Caixa Sindical de Previdência dos Profissionais de Seguros
  • 1945

    A Indústria de Seguros nas Colónias
  • 1946

    Carteira Profissional dos Profissionais de Seguros
  • 1946

    Modelo de cartões de identidade para o ramo de Responsabilidade Civil
  • 1949

    Criação da Inspeção-Geral de Crédito e Seguros (Supervisão de Seguros em Portugal)
  • 1958

    Criação do Gabinete Português do Certificado Internacional de Seguro de Automóveis
  • 1962

    Criação da Caixa Nacional de Seguros de Doenças Profissionais
  • 1968

    Marcelo Caetano sucede a António Oliveira Salazar como Presidente do Conselho de Ministros
  • 1971

    Criação do Conselho Nacional de Seguros. Regime de Atividade de Seguros e Resseguros
  • 1974

    O Movimento das Forças Armadas leva a cabo um Golpe de Estado que põe termo ao “Estado Novo”
  • 1975

    Nacionalização das empresas de seguros
  • 1975

    Nacionalização das empresas de seguros
  • 1975

    Extinção do Grémio dos Seguradores
  • 1976

    Criação do Instituto Nacional de Seguros
  • 1979

    Na reestruturação do Setor Público dos Seguros
  • 1979

    Seguro obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel e criação do Fundo de Garantia Automóvel
  • 1979

    Criação da Inspeção-Geral de Seguros
  • 1982

    Criação da Associação Portuguesa de Seguros
  • 1982

    Criação do Instituto de Seguros de Portugal
  • 1983

    Abertura dos seguros à iniciativa privada nacional
  • 1984

    Iniciativa privada na atividade seguradora
  • 1985

    Cláusulas Contratuais Gerais
  • 1986

    Portugal torna-se Membro da CEE - Comunidade Económica Europeia
  • 1987

    Cisão das Companhias de Seguros em empresas especializadas
  • 1995

    Regime da transparência na atividade seguradora
  • 1998

    Regime da transparência na atividade seguradora
  • 1293
  • 1297
  • 1380
  • 1397
  • 1402
  • 1444
  • 1459
  • 1483
  • 1520
  • 1529
  • 1552
  • 1573
  • 1573
  • 1578
  • 1578
  • 1592
  • 1640
  • 1755
  • 1757
  • 1758
  • 1770
  • 1791
  • 1791
  • 1810
  • 1820
  • 1833
  • 1834
  • 1837
  • 1852
  • 1867
  • 1888
  • 1907
  • 1910
  • 1913
  • 1914
  • 1919
  • 1929
  • 1932
  • 1934
  • 1934
  • 1936
  • 1939
  • 1945
  • 1946
  • 1946
  • 1949
  • 1958
  • 1962
  • 1968
  • 1971
  • 1974
  • 1975
  • 1975
  • 1975
  • 1976
  • 1979
  • 1979
  • 1979
  • 1982
  • 1982
  • 1983
  • 1984
  • 1985
  • 1986
  • 1987
  • 1995
  • 1998

Acontecimentos e Catástrofes

“A história da humanidade torna-se cada vez mais uma corrida entre a educação e a catástrofe.”

(Herbert George Wells)

Os princípios do mutualismo deverão ser sempre considerados na prevenção e resposta ao risco sobre pessoas, famílias, negócios… na dinâmica em  sociedade. O seguro é fiel depositário de prémios, o seguro devolver-los-à à sociedade para reparação do infortúnio.

Os sinistros de catástrofes naturais representaram cerca de 78% dos prejuízos seguros entre 1970 e 2011, por contrapartida de 22% dos prejuízos seguros causados pela intervenção humana, onde se inclui o ataque terrorista de setembro 2001, classificado como o quarto maior sinistro desde que há registos.

Num passado recente, o ano de 2011 foi para o setor segurador internacional o segundo maior ano em termos de sinistros provocados por catástrofes naturais, apenas atrás do ano de 2005.

Portugal regista na sua História vários eventos de catástrofes naturais, mas o risco de fenómenos sísmicos é aquele que causa maior preocupação pelo potencial destrutivo, ainda que com níveis de risco distintos entre as várias regiões.

O flagelo dos incêndios florestais que periodicamente tem devastado a floresta portuguesa e, mais recentemente, a tempestade que atingiu a ilha da Madeira, que foi considerada uma das 50 maiores catástrofes naturais ocorridas em 2010 em todo o mundo, tendo vitimado 43 pessoas e tendo o mercado de seguros suportado indemnizações superiores a 135 milhões de euros.

De louvar a robustez cada vez maior das Seguradoras que têm vindo a responder com a maior rapidez e empenho, alocando recursos extraordinários para permitir uma regularização dos prejuízos reclamados.

1415 – A Peste Negra e a morte da Rainha Dona Filipa de Lencastre
1505 – Epidemia de origem tifóide
1531 – 26 de janeiro – O segundo maior sismo que atingiu Lisboa
1569 – A Peste Grande atinge Portugal
1666 – 2 de setembro, Grande incêndio de Londres, Inglaterra
1755, 1 de novembro – Terramoto de 1755
1863, 19 de novembro – Um incêndio destruiu os Paços do Concelho
1875 – O Naufrágio do SS Cádiz e a “Faca de Mato”
1909, 23 de abril – O terramoto de Benavente
1912, 14 de abril – Naufrágio do Titanic
1918 – A Pneumónica ou Gripe Espanhola
1941, 15 de fevereiro – O Ciclone de 1941
1959, 13 de agosto – Grande incêndio destrói a Igreja de São Domingos, em Lisboa
1961, 23 de janeiro – Sequestro do paquete português “Santa Maria”
1963, 20 de março – Incêndio e naufrágio do navio costeiro “Tagus”
1964, 1 de dezembro – Incêndio no Teatro Dona Maria II, em Lisboa
1967, 25 de novembro – Inundações em Lisboa e arredores
1969, 28 de fevereiro – Sismo em Portugal
1977, 19 de novembro – Acidente Aéreo da Ilha da Madeira
1985, 11 de setembro – O acidente ferroviário de Alcafache

1415 – A Peste Negra e a morte da Rainha Dona Filipa de Lencastre

A Peste Negra assolou Portugal, sobretudo as cidades de Lisboa e Porto, quando estavam a decorrer os preparativos para a conquista de Ceuta.
Em vésperas da partida da expedição, a Rainha Dona Filipa de Lencastre vem a falecer em 19 de julho de 1415, no Mosteiro de Odivelas, vítima desta epidemia.
Fontes:
Livro ”Por Terras de El-Rei D. Dinis” de Maria Máxima Vaz
Blog “História de Portugal”
Imagem extraída de “VIX” – #26 Peste Negra
EVERETT HISTORICAL/SHUTTERSTOCK

1505 – Epidemia de origem tifóide

Entre 1505 e 1507 a população de Lisboa foi vítima de uma epidemia, de origem tifóide. O Rei Dom Manuel I e a Corte deslocaram-se para Almeirim para fugir à epidemia, no entanto esta acabou por se dissiminar, tendo sido considerada uma das mais mortíferas que alastrou pelo país. A quantidade de mortos de doença foi de tal modo elevada que, em carta datada de 20 de março de 1506, foi ordenada a construção de dois cemitérios fora das portas da cidade.
Fonte:
Arquivo Municipal da C. M. Lisboa, Cadernos 2ª série, pág. 254 Lisboa na confluência das rotas comerciais: efeitos na saúde pública (séculos XV a XVII)” de António Augusto Salgado de Barros
Imagem extraída de “dn/Fotogaleria”

1531 – 26 de janeiro – O segundo maior sismo que atingiu Lisboa

Autor: Franz Hogenberg & Georg Braun

Este forte sismo terá destruído cerca de duas mil casas na região de Lisboa e Vale do Tejo. Estima-se que morreram cerca de 30 mil pessoas.
Esta catástrofe foi de uma dimensão tão severa e violenta que chegou às regiões de Santarém, Almeirim, Azambuja e Vila Franca de Xira. Em certas zonas do Alentejo, Beira Litoral e sul de Espanha foram, igualmente, verificados danos.
Fonte:
Site oficial “RTP Ensina/Temas
Imagem extraída de “diasdoano”
Autor: Franz Hogenberg & Georg Braun

1569 – A Peste Grande atinge Portugal

A partir de 1563 surge, na Europa, a Peste Negra atingindo as zonas de Saragoça, Logronho e Navarra, Bilbau, Burgos e noutras regiões a norte da Meseta e para ocidente. Chegou, depois, a Sevilha, à Galiza e por fim a Lisboa, irradiando para algumas zonas periféricas.
Ao atingir Lisboa fê-lo com excecional violência, causando 60 mil mortes.
A epidemia durou de julho de 1569 até à primavera de 1570, início do seu declínio.
Fonte:
Arquivo Municipal da C. M. Lisboa, Cadernos 2ª série, pág. 254/5 Lisboa na confluência das rotas comerciais: efeitos na saúde pública (séculos XV a XVII)” de António Augusto Salgado de Barros
Imagem extraída do blog de John Soares “…Histórias – E Outras Coisas…”

1666 – 2 de setembro, Grande incêndio de Londres, Inglaterra

No dia 2 de setembro de 1666 deflagrou um grande incêndio na cidade de Londres. O fogo teve origem na padaria Thomas Farynor, o padeiro do Rei Charles II. Durante três a quatro dias o fogo ficou descontrolado e resultou na destruição de um terço da cidade de Londres.
Com uma realidade de destruição de 13 mil casas, 87 igrejas, a catedral de São Paulo, a Bolsa de Londres e o Palácio Real. Não existindo bombeiros nem seguro de incêndio, instalou-se o caos.
O Estado apenas criou o Tribunal do Fogo para arbitrar os conflitos entre as pessoas, beneficiando os mais ricos e aconselhando os mais desfavorecidos a procurar viver fora da capital.
Nicholas Barbon, economista e médico, teve a noção da oportunidade de negócio e criou uma empresa chamada Fire Office (1667), a fim de segurar o risco de fogo sobre imóveis. Estava lançada a génese da moderna indústria de seguros.
A Fire Office (1667) criou as primeiras chapas de seguros de fogo (agora ramo incêndio) que eram oferecidas a quem contratasse o risco de fogo. As chapas de seguro de incêndio eram colocadas por cima da porta de entrada do acesso ao imóvel seguro, identificando qual a seguradora e que, inclusive, assinalavam o número da apólice.
À epoca, não existiam corporações de bombeiros em Londres pelo que cada seguradora inglesa contratava um conjunto de barqueiros (brigada) que, na sua rotina diária, faziam a travessia de pessoas e bens entre as duas margens do rio Tamisa. Em caso de incêndio, a companhia de seguros era identificada pela chapa de seguro e eram chamados os barqueiros, pagos por aquela seguradora, para apagar o fogo.
Fonte
Maquete feita durante o festival London’s Burning, replicando o Grande Incêndio de Londres

1755, 1 de novembro – Terramoto de 1755

Um sismo de grande magnitude, estima-se uma intensidade entre 8,7 e 9 na escala de Richter, destruiu parte da cidade de Lisboa, em especial a zona da Baixa da cidade. Atingiu, ainda, outras zonas do país, como Setúbal e todo o litoral do Algarve. Em Espanha, a sul, atingiu Sevilha e deixou marcas na muralha da cidade de Carmona.
Foi um dos sismos mais mortíferos da História, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Esta catástrofe natural foi a mais destrutiva nos últimos séculos a atingir Portugal.
O sismo foi seguido de um maremoto, que se julga ter atingido a altura de 20 metros, assim como de vários incêndios na cidade, tendo feito cerca de 10 mil mortos, não se sabe ao certo.
Teve grande impacto político e socioeconómico na sociedade portuguesa do século XVIII dando, por consequência, origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da sismologia moderna.
No ano de 1755 não existiam, ainda, seguros destinados a cobrir os prejuízos decorrentes da perda de edifícios e dos respetivos recheios. Os prejuízos pessoais ficaram por conta de cada um.
A reconstrução da Baixa de Lisboa foi por conta do Estado, em que o Marquês de Pombal mandou redesenhar a planta da cidade aos arquitetos Carlos Mardel, Manuel da Maia e Eugénio dos Santos.

Imagem extraída de Santo Tirso TV”

1863, 19 de novembro – Um incêndio destruiu os Paços do Concelho

No palacete onde, à epoca, instalaram a Câmara Municipal de Lisboa, a sede do Banco de Portugal, a Companhia de Seguros Fidelidade, a Companhia das Lezírias, os Vapores do Tejo e a sede do Contrato do Tabaco, deflagrou um violento incêndio.
A propriedade não era isolada, confinava pelo norte, lado da Rua dos Capelistas, hoje Rua do Comércio, o que provocou a destruição, praticamente, total do edifício.
A propósito, após o incêndio de 1863, a companhia de Seguros Fidelidade passa para o primeiro andar do prédio contíguo à Igreja do Corpo Santo, em Lisboa.
Recorde-se que a primeira sede da Fidelidade havia sido, provisoriamente, na Rua das Flores 6 e depois, em 1836, na Rua Nova de El-Rei 94, no entanto o maior movimento era na Praça do Comércio onde tinha um gabinete, no local da antiga Casa dos Seguros. Em 1848, passaram para a Rua do Arsenal 60.
Fonte:
Livro “Grupo Segurador Fidelidade/ 150 anos de História/ 1835-1985”
Imagem extraída do livro “Grupo Segurador Fidelidade/ 150 anos de História/ 1835-1985”

1875 – O Naufrágio do SS Cádiz e a “Faca de Mato”

Na história do seguro em Portugal são vários os episódios que a enriquecem, nomeadamente um dos mais emblemáticos – o seguro e resgate da “Faca de Mato”.
Uma magnífica jóia da ourivesaria portuguesa, cinzelada em prata pelo artista Rafael Zacarias da Costa, inspirado em certa espátula de marfim pertença do Rei Dom Pedro V.
Rafael Zacarias da Costa dedicou onze anos na sua criação, desde que a moldou em cera até que a concluiu em prata, e terá perdido quase por completo a sua visão.
A faca de mato tem 63 cm de cumprimento. Tanto no punho como na bainha foram esculpidos na faca de mato 130 animais distribuídos artificiosamente – o javali acossado pelos galgos, adiante o leão majestoso encrespando a sua juba real, logo depois a elegante pantera azougada, a corsa esbelta e nervosa…
El-Rei Dom Fernando, a quem estava destinada a compra, não pôde chegar a acordo com o mestre  Rafael Zacarias da Costa quanto ao valor da peça pelo que a mesma ficou à guarda do mercador de ouro Estevam de Sousa, na Rua Áurea, em Lisboa.
Não encontrando em Portugal quem a adquirisse teve como destino a cidade de Londres, na qual se esperava encontrar bom comprador. Para tal, fez-se um seguro do seu valor – 700 libras – na então já conceituada Companhia de Seguros Fidelidade.
No dia 9 de maio de 1875, ocorria nova tragédia marítima: O vapor “Cádiz” havia perdido as forças na batalha contra as fortes tempestades, acabando por naufragar no canal de Brest, sendo que a bordo seguia, entre outros bens, a “Faca de Mato”. Por perca de tão precioso bem, a Companhia indemnizou o seu proprietário em 31.500 réis.
Mas, quando tudo parecia fazer terminar a história, a Fidelidade continuou à procura de um final feliz. Por intermédio da Casa Bruno da Silva & Sons e com o apoio da Associação Londrina de Salvação, foi possível recuperar das profundezas dos mares o tesouro do nosso património cultural.
Hoje, a “Faca de Mato” faz parte do património da Fidelidade Companhia de Seguros S.A. e marcou presença na inauguração da Exposição Permanente Memória do Seguro.
Fonte:
Revista da Companhia de Seguros Fidelidade-Mundial, SA, “Companhia” nº 2, págs. 20 e 21 (julho 2004) – coleção Clube CHAPAS
“Faca de Mato”
Fidelidade Companhia de Seguros S.A.
Largo do Calhariz 30, em Lisboa
Foto da coleção Clube CHAPAS

1909, 23 de abril – O terramoto de Benavente

O sismo de Benavente, no dia 23 de abril de 1909, é considerado o mais devastador em Portugal continental no século XX.
Com curta duração, cerca de 22 segundos, e uma magnitude estimada de 6,7 graus na escala de Richter, este sismo provocou no concelho apenas umas dezenas de mortos e de feridos, balanço que não foi mais dramático porque à hora em que ocorreu, 17:05 h, a maioria da população encontrava-se a trabalhar nos campos.
As povoações violentamente atingidas foram Benavente, Samora Correia e Santo Estevão.
Fonte:
Município de Benavente “Terramoto de 1909”
Imagem extraída de Eu Gosto de Santarém”

1912, 14 de abril – Naufrágio do Titanic

O naufrágio do “Titanic” está na memória de todos nós, pela história, pelas conversas, pelos filmes.
A tragédia do célebre navio, esse gigante “inafundável” dos mares, colidiu com um iceberg, na sua viagem inaugural, de Southampton (Inglaterra) para New York (EUA), onde faleceram 1.523 pessoas.
Considerado um navio épico, esplendor da técnica da engenharia naval, majestoso e imponente, com uma decoração inspirada num hotel que estava na moda, “o Ritz”, tinha 269 metros de comprimento e foi por erro de navegação e falha humana que, naquela madrugada de nevoeiro, se deu a tragédia, partindo-se ao meio e sucumbindo no Atlântico a 3.800 metros de profundidade.
A bordo, viajavam 4 portugueses, três agricultores madeirenses e um jovem comerciante, natural de Loulé, que embarcaram em Inglaterra para emigrarem para a América.
Os seguros do Transatlântico e os enormes valores que transportava foram assegurados por várias companhias: inglesas (nomeadamente a Lloyd´s of London), francesas, alemãs (Allianz), japonesas e americanas. A  companhia proprietária do Titanic garantiu a diferença de 7,5 milhões de dólares americanos para os 5 milhões garantidos pelas seguradoras.
Noticiou-se muito que as altas indemnizações foram totalmente pagas, logo 30 dias após o naufrágio, atingindo 2,9 mil milhões de dólares.
Curiosamente, pela primeira vez na história dos seguros, foi pago o valor de um carro que se afundou, marca Renault, no valor de 5000 dólares, por reclamação do passageiro sobrevivente, William Carter.
Fontes:
Hemeroteca Digital, C. M. Lisboa, Efemérides, revista “Occidente” de 30/04/1912, págs. 89 a 93
Site oficial pplware.sapo.pt
Imagem extraída da “Wikipedia – Naufrágio do RMS Titanic”
Naufrágio do Titanic, de Willy Stöwer, 1912

1918 – A Pneumónica ou Gripe Espanhola

Em várias fases, a pneumónica – também conhecida por gripe espanhola – matou em Portugal mais de 60 mil portugueses, principalmente jovens.
A pneumónica apanhou as autoridades sanitárias desprevenidas, até porque ainda se desconhecia a existência do vírus, e Portugal não escapou ao surto quando, no final de maio de 1918, surge o primeiro caso em Vila Viçosa. Rápidamente o contágio se propaga pelo país, de sul para norte.
Os mortos portugueses são uma ínfima parte dos mais de 20 milhões de vítimas em todo o mundo – embora existam estimativas que apontam para números bem mais altos, mas é uma quantidade tão impressionante que pode ser considerada a mais alta para uma doença do género em Portugal.
Fonte:
Site oficial do Diário de Notícias de 17/03/2018, “A epidemia que veio de Espanha e matou mais de 60 mil portugueses”, artigo de João Céu e Silva
Imagem extraída de “Correio do Ribatejo”, crónicas

1941, 15 de fevereiro – O Ciclone de 1941

Portugal continental foi varrido, de forma violenta, por uma depressão que se deslocou para nordeste ao longo da costa portuguesa, provocando em todo o território ventos muito fortes e precipitação elevada, causando “…enormes prejuízos, alguns irreparáveis, que comprometeram seriamente a economia nacional”.
Em Lisboa foi registado um valor de rajada de 129 km/h, Coimbra registou 133 km/h e no Porto, Serra do Pilar, 167 km/h.
Fonte:
Arquivo “IPMA, Media, Notícias” de 16/02/2017
Imagem extraída do blog “o de maia”, parte de cima da capa do jornal “O Século”

1959, 13 de agosto – Grande incêndio destrói a Igreja de São Domingos, em Lisboa

Mandada erigir no séc. XIII por D. Sancho II, foi parcialmente destruída pelo terramoto de 1531 e reconstruída em 1536.
Mas em 1959 lavrou um dos maiores incêndios ocorridos na cidade de Lisboa, talvez provocado por uma faúlha de chaminé próxima. Os bombeiros, voluntários e sapadores da cidade de Lisboa, num total de 300 homens, combateram o fogo. Houve a lamentar a morte de dois bombeiros sapadores.
A maior parte dos prejuízos atingiram valores incalculáveis, não estando cobertos pelo seguro. Perderam-se altares em talha dourada, imagens valiosas e pinturas do período barroco.
Apesar de recuperada, ainda hoje mostra vestígios deste incêndio que terá ficado como uma das situações mais graves enfrentadas pelos bombeiros portugueses.
Fonte:
Site oficial dos Bombeiros de Portugal, Núcleo de História e Património Museológico, “O incêndio na Igreja de São Domingos”, pesquisa/texto de Luís Miguel Baptista, 31/08/2016
Imagens extraídas do twitter “Lisboa” da Câmara Municipal de Lisboa, capa e interior da revista “O Século Ilustrado”

1961, 23 de janeiro – Sequestro do paquete português “Santa Maria”

Pelos jornais da época é relatado que “…pelas 2 horas da madrugada, um grupo de homens armados assaltaram os pontos vitais do paquete, resultando um morto e um ferido grave.”
O Paquete Santa Maria estava seguro pela Companhia de Seguros Lloyd´s, de Londres, por 250.000.000$00. Esta seguradora informou o estado português que caso tivesse havido afundamento da embarcação nada pagaria, por a apólice não garantir os ”riscos de guerra”.
Fonte:
Recorte do Jornal “Diário de Notícias” de 26/01/1961 – coleção Clube CHAPAS
Imagens de recorte do Jornal “Diário de Notícias” de 26/01/1961 e da “Ementa de jantar” de 29/11/1960 – Coleção Clube CHAPAS

1963, 20 de março – Incêndio e naufrágio do navio costeiro “Tagus”

O Cargueiro “Tagus” da Companhia Nacional de Navegação (Portugal) navegava ao norte de Inhambane – Moçambique,  incendiou-se devido a explosão no porão dois, onde seguiam grandes quantidades de gasolina, óleo e alcatrão. Morreram 3 tripulantes e toda a carga ficou perdida, salvando-se os restantes trinta e três.
A embarcação encontrava-se segura na Companhia de Seguros Sagres – Apólice 26226 e com co-seguro na Companhia de Seguros Império.
Fonte:
Dossier com recortes de jornais sobre “Notícias de Sinistros Marítimos”, vol. 1 – Coleção Clube CHAPAS
Imagem de recorte do jornal “Diário de Notícias” de 27/03/1963 – Coleção Clube CHAPAS

 

1964, 1 de dezembro – Incêndio no Teatro Dona Maria II, em Lisboa

A inauguração do Teatro Nacional havia ocorrido em 13 de abril de 1846, por ocasião do aniversário da Rainha Dona Maria II, passando a chamar-se Teatro Nacional Dona Maria II.
Mas, no primeiro dia de dezembro de 1964 um violento incêndio destruiu-o de forma tão grave que só restaram as paredes exteriores. A reconstrução demorou 14 anos, reabrindo na noite de 11 de maio de 1978.
Fonte:
Blog “Cais da Memória/ Em 1964 o Teatro D. Maria II é destruído por um incêndio” de 2/12/2017
Imagem da esquerda, extraída do site oficial dos Bombeiros de Portugal, Núcleo de História e Património Museológico, “Teatro e(m) chamas”, pesquisa/texto de Luís Miguel Baptista, 4/04/2017
Imagem da direita, extraída do Arquivo DN/ “Coleção comemorativa – Postais dos 150 anos do Diário de Notícias” – coleção Clube CHAPAS

1967, 25 de novembro – Inundações em Lisboa e arredores

Na noite de 25 para 26 de novembro de 1967, chuvas intensas abateram-se, de forma ininterrupta sobre diversas regiões do país, chegando a atingir os 170L/m2-por hora, causando uma das grandes catástrofes verificadas em Portugal. Foi particularmente afetada a região da Grande Lisboa, de Cascais a Alenquer.
Como consequência direta das inundações houve um elevado número de mortos e de habitações destruídas, resultando em milhares de desalojados.
Fontes:
Imagem da esquerda, extraída de Gforum/ Sociologia, “A tragédia que Salazar quis esconder – Cheias de 1967 em Lisboa” por Nelson14, 9/03/2018
Imagem da direita, extraída da Hemeroteca Digital, C. M. Lisboa, Efemérides, “as cheias de 1967”, capa do jornal “República” de 26/11/1967

1969, 28 de fevereiro – Sismo em Portugal

No último dia de fevereiro de 1969, Lisboa e várias regiões do país foram abaladas por um sismo com o epicentro a cerca de 230 km a Sudoeste da capital portuguesa. Um sismo de magnitude 7,9 na escala de Richter interrompeu a noite, com especial veemência na região algarvia. Assolador como não acontecia havia décadas.
Como nenhum outro desde então, o terramoto provocou estragos, arrasou uma aldeia, deu azo a um pequeno tsunami e provocou 13 vítimas mortais, duas das quais consideradas vítimas diretas do abalo.
O sismo foi sentido em Marrocos, mas também em Bordéus e nas Canárias.
Fonte:
Site oficial da RTP Notícias/ País, “28 de fevereiro de 1969: a noite em que Portugal tremeu para reavivar o risco” por Christopher Marques, 21/09/2017
Imagem de capa do jornal “Diário de Lisboa” extraída do blog “Ambitare Scriptum/ O sismo de 28 de fevereiro de 1969”, 27/02/2019

 

1977, 19 de novembro – Acidente Aéreo da Ilha da Madeira

A maior tragédia da aviação portuguesa ocorreu a 19 de novembro de 1977, no Aeroporto da Madeira. O Boeing 727-200 da TAP, batizado de Sacadura Cabral, despenhou-se enquando tentava aterrar na pista do aeroporto de Santa Catarina na Madeira.
Segundo o relatório de investigação do acidente publicado pelo INAC, os fatores apontados foram as condições meteorológicas, adversas, aliadas à curta dimensão da pista e a falha humana.
À terceira tentativa de aterragem, o avião tocou na pista e só parou 323 metros à frente do normal, tendo chegado ao fim da pista a uma velocidade de 126 km/h.
A aeronave partiu-se ao meio tendo a cauda ficado em terra – o que permitiu que 33 pessoas sobrevivessem com ferimentos – e a parte da frente no mar, seguindo-se ainda uma explosão. Ocorreram 131 vítimas mortais.
A TAP e Companhia de Seguros Império, que garantia a responsabilidade civil, regularizaram judicial e extrajudicialmente os processos de indemnização.
Em consequência do acidente a empresa avançou para a ampliação da pista em 1986 e em anos sucessivos – sendo ainda hoje considerada uma das mais difíceis para aterrar a nível mundial.
Em 2017 este aeroporto internacional foi renomeado de “Cristiano Ronaldo” em homenagem ao jogador, sob proposta que ainda não se encontra oficialmente aceite.
Fonte Imagem
Imagem de capa do jornal “O Dia”, 21/11/1977 – coleção Clube CHAPAS

1985, 11 de setembro – O acidente ferroviário de Alcafache

Ao final da tarde do dia 11 de setembro de 1985 aconteceu na linha da Beira Alta um terrível e marcante acontecimento na história dos Caminhos de Ferro em Portugal.
Terá sido um erro de comunicação, via telefone, entre os chefes de estação de Nelas e do apeadeiro de Moimenta de Maceira Dão-Alcafache que colocou em rota de colisão os comboios envolvidos. Na linha, de uma única via, seguia o comboio regional que tinha saído da Guarda com destino a Coimbra e em sentido contrário, a composição Sud-Express que tinha saído do Porto até Vilar Formoso com destino a Paris. Entre os 460 passageiros que viajam nas duas composições ferroviárias, muitos eram emigrantes que regressavam a França.
Por volta das 18 horas e 37 minutos os dois comboios chocaram frontalmente e com tamanha violência que provocaram uma série de explosões, causando bastantes feridos e algumas dezenas de mortos. Esta tragédia deixou vítimas por identificar e que, até hoje, foram dadas como desaparecidas.
A CP assumiu o pagamento dos funerais, os tratamentos aos feridos e agilizou o processo de indemnizações.
Fonte:
Site oficial de TL-TrainLogistic, “Acidente Ferroviário de Alcafache-1985” por Cláudio Amendoeira, Set/2013
Imagem extraída de TL-TrainLogistic

As Sedes das Seguradoras

Antigas e atuais

“Apesar de tudo, há coisas na vida piores que a morte. Se alguma vez passaste uma noite com um vendedor de seguros, então sabes do que é que eu estou a falar.”

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História de Nós

 

“A memória guardará o que valer a pena.

A memória sabe de mim mais que eu;

e ela não perde o que merece ser salvo.”

(Eduardo Galeano)

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Mediação em Portugal

 

“Pode-se, à força de confiança, colocar alguém na impossibilidade de nos enganar.”

(Joseph Joubert)

O mediador de seguros comunica em duas linguagens, e verbaliza em acto de boa-fé, a proximidade e confiança entre empresas de seguros e pessoas ou empresas.

Ao mediador de seguros confia-se o papel de aconselhamento e dinamização para que, junto das Seguradoras, os bens e pessoas estejam efetivamente seguros e haja tranquilidade.

“ALLIANÇA MADEIRENSE”

 

“Companhia de Seguros Alliança Madeirense” – Contrato de Nomeação de Agente

Assim se contratava em 1964

ANUÁRIO DE SEGUROS, 1941

 

“Perspetivas para a Mediação” – Anuário de Seguros, 1941