Joaquim Pedro Quintela, 1º conde de Farrobo, nasceu em Lisboa a 11 de dezembro de 1801. Figura marcante do século XIX português, herdeiro de grande fortuna do pai, 1º Barão de Quintela, foi um aristocrata cultíssimo, exímio conhecedor dos principais idiomas europeus, profundo sabedor de música e literatura e empresário em diversas áreas, entre as quais os seguros.
Filantropo, mecenas das artes e promotor de manifestações artísticas, em 1820, com dezanove anos mandou construir o Teatro Thalia na Quinta das Laranjeiras, que em 1830 já tinha iluminação a gás, vinte anos antes da cidade de Lisboa. Palco das mais deslumbrantes representações foi destruído por um incêndio em 1862. O edifício estava seguro na Companhia de Seguros Bonança, que suportou integralmente os prejuízos.
A sua participação na atividade seguradora foi marcante. Em 1838, assumiu a Direção da Companhia de Seguros Bonança, de que se tornou o principal acionista e, de 1851 a 1853, presidiu à Administração da União Comercial e Bonança.
Esteve ligado aos momentos áureos do Teatro São Carlos, que dirigiu entre 1838 e 1840. Foi também o principal financiador da construção do Teatro Nacional Dona Maria II, cujas obras foram concluídas em 1846, sendo o projeto do Arquiteto Fortunato Lodi, cunhado de Farrobo.
A seguir às representações teatrais, em que o próprio Conde de Farrobo atuava frequentemente, havia sempre animadíssimas e sumptuosas festas, que davam brado em Lisboa.
Paralelamente à ligação às artes, Joaquim Pedro Quintela foi um empresário de sucesso, tendo sido impulsionador e financiador, entre outros empreendimentos, da Barra da Figueira da Foz, da Companhia do Gás Iluminante, da Empresa Vidreira da Marinha Grande, da Fábrica de Fiação de Sedas, da Companhia das Vinhas do Alto Douro e dos Caminhos de Ferro do Norte e Leste.
O popular termo FORROBÓDÓ não é mais do que uma adaptação da designação original FARROBODÓ, associado ao fausto e animação das festas do conde de Farrobo.