Moses Bensabat Amzalak nasceu em 1892 em Lisboa, onde viveu e veio a falecer em 1978.
Académico, economista, investigador e líder da comunidade israelita em Lisboa.
Foi professor universitário de economia, com obras sobre temas navais e um estudioso da presença judaica na Península Ibérica. É considerado um dos maiores economistas portugueses de sempre, embora a sua obra esteja votada ao esquecimento.
Possuía um vasto currículo, tendo publicado mais de 300 títulos sobre assuntos tão diversos como matéria comercial, história económica, seguros, história do pensamento económico, economia, história judaico-portuguesa.
Recebeu doutoramentos honoris causa em diversas universidades nacionais e estrangeiras, foi professor e diretor do antigo Instituto Superior do Comércio, depois ISCEF-Instituto Superior Ciências Económicas e Financeiras, atual ISEG-Instituto Superior de Economia e Gestão, reitor da Universidade Técnica de Lisboa e membro de várias associações académicas de renome. Presidiu à Associação Comercial de Lisboa. Foi Diretor do jornal “O Século”. Integrou o Conselho de Administração de várias empresas, entre as quais a Sacor. Foi agraciado com a comenda da Legião de Honra Francesa e com a Ordem do Império Britânico.
Nos anos a seguir à 1ª. Guerra Mundial, participou numa tertúlia académica, na qual também se incluía Salazar, de quem se tornou amigo. Esta amizade e relação privilegiada terá, eventualmente, contribuído para a posição de neutralidade de Portugal durante a 2ª Grande Guerra e facilitou a instalação em Portugal de uma rede de apoio aos refugiados judeus que fugiam às perseguições nazis.
No que se refere aos seguros, cabe-lhe o inegável mérito de ter libertado do esquecimento de séculos a figura e a obra do jurisconsulto português do séc. XVI, Pedro de Santarém (Petrus Santerna Lusitanus).
Em 1914 editou um folheto sobre “Pedro de Santarém (Santerna), jurisconsulto português do séc. XVI – Notas bibliográficas”.
Em 1917, publicou uma conferência feita no Instituto Superior do Comércio sobre “Os Seguros segundo Pedro de Santarém (Santerna), jurisconsulto português do séc. XVI”.
No ano de 1934 publicou, em Paris, um livro intitulado “Trois précurseurs portugais”, cujo 1º capítulo tratava de “Pedro de Santarém (Santerna) et les assurances maritimes au XVI siécle”.
Escreveu inúmeros artigos e participou em várias conferências sobre Pedro de Santarém, entre as quais uma no Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros de Lisboa, em 1952, por ocasião do 4º Centenário da 1ª publicação do Tratado de Seguros.
Finalmente, em 1958, promove a publicação da 1ª edição portuguesa do tratado, em separata dos “Anais do ISCEF – Tomo II – Volume XVI”, cuja tradução a partir do latim, feita pelo Prof. Miguel Pinto de Meneses, veio a ser utilizada em publicações posteriores.
Next PostPedro de Santarém (Petrus Santerna Lusitanus)